PSICOSSOMÁTICA
- Germana Carsten

- 8 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de mar. de 2022

"Na medicina oriental, a doença é testemunha de um
obstáculo para a realização do Caminho da Vida. Assim,
a consciência exprime, por meio de problemas ligados à
energia que geram doenças, os entraves ao seu
desenvolvimento pleno. Parece, então, mais lógico
compreender os mecanismos psicoenergéticos que estão
por trás da doença a fim de recobrar a saúde.
Por esta razão, este livro representa um manual
prático perfeito para o uso de todos aqueles que
procuram a chave para decodificar a linguagem do corpo.
Graças à leitura, aprenderemos talvez a ver a doença não
como um episódio do acaso ou da fatalidade, mas como
uma mensagem da nossa consciência, do nosso ser
interior. Seremos capazes talvez de descobrir por trás de
determinado sofrimento uma doença 'criativa’ um meio
de progressão na nossa evolução."
Dr. Thierry Médynski
Os males do fígado
Os problemas hepáticos também são, naturalmente, um sinal de que
encontramos dificuldade para "digerir" alguma coisa na nossa vida, porém há uma nuance mais sutil quando comparado ao estômago. A principal emoção associada ao fígado é a cólera. As tensões ou sofrimentos desse órgão podem querer dizer que o nosso modo - habitual e excessivo – de reagir diante das solicitações da vida é a cólera. Toda vez que "acertamos" os nossos problemas com o mundo exterior gritando, nos zangando, mobilizamos toda a energia do fígado nessa direção, privando-o dessa
forma de uma grande parte da energia necessária para o seu funcionamento cada vez que isso acontece. O órgão vai então se manifestar, deixando de fazer o seu papel corretamente na fase digestiva. No entanto, por outro lado, na maioria das vezes, cóleras que são armazenadas ou sistematicamente guardadas no interior vão densificar a energia no fígado. Assim elas correm o risco de se traduzir em patologias mais importantes (cirroses, quistos, câncer).
Os males do fígado também podem nos falar da nossa dificuldade para viver ou para aceitar os nossos sentimentos, os nossos afetos ou aqueles que os outros nos dedicam. A imagem que temos de nós mesmos ou que os outros fazem de nós depende, em grande parte, do fígado. A percepção dessa imagem participa da nossa alegria de viver, o que encontramos através do papel de filtragem e de "alimentação" do sangue que o fígado tem. Essas tensões também podem significar que a nossa imagem é colocada em discussão pela nossa vivência e que a nossa alegria de viver deu lugar ao azedume e à acidez interior diante desse mundo exterior que não nos reconhece como gostaríamos. Estamos em pleno domínio da culpa.
O fígado participa profundamente do sistema imunológico, particularmente da imunidade elaborada, ou seja, enriquecida pelas experiências feitas pelo organismo. Ora, o sentimento de culpa nos "obriga" a nos justificar, a nos defender. Ele mobiliza as nossas energias de defesa psicológica e muitas cóleras são um sinal e a expressão de um medo que não encontra outro meio de defesa. Se essa estratégia for freqüente, ela fragiliza a energia do fígado, depois da vesícula, e ambos sofrem. O fígado é umórgão Yin e ele representa as sensações que dizem respeito ao ser profundo.Veremos que, no que se refere à vesícula biliar, que é Yang, trata-se sobretudo do ser social.
* A vesícula biliar
Ela trabalha em ligação direta com o fígado, de onde recolhe e concentra a bílis. Ela a redistribui no intestino delgado, justo na saída do estômago.
A liberação dessa bílis vai permitir que o processo de digestão, particularmente o dos alimentos gordurosos, continue de maneira harmoniosa. No caso de disfunção, a digestão é recebida como "má digestão".
Os males da vesícula biliar
Ela participa da digestão física dos alimentos e, na digestão psicológica dos acontecimentos, o seu papel é equivalente. Assim como exprime a linguagem popular, "derramamos bílis" quando temos inquietações. Porém, são sempre inquietações ligadas a um ser (nós mesmos ou um outro) que nos é querido. Os males da vesícula falam da nossa dificuldade para produzir os nossos sentimentos e para torná-los transparentes. Estamos na dinâmica Yang, ou seja, em relação com o exterior. "Qual é o meu lugar?". "Sou reconhecido pelos outros?" "Os outros me amam pelo que eu faço e represento?" São muitas as interrogações às quais as tensões vesiculares se referem, assim como as cóleras violentas que acompanham os momentos difíceis, sobretudo quando existe na pessoa uma sensação de injustiça no que diz respeito a si mesma. A justificativa dos atos também está muito presente, ainda mais porque não é sempre que eles se caracterizam pela sinceridade e pela verdade. Os males da vesícula podem significar, na realidade, que a nossa noção do que é justo e verdadeiro não é muito clara nem peca pelo excesso, e que temos uma tendência a constranger, usar, até mesmo manipular os outros (naturalmente, nos dando sempre boas desculpas).
Michael Odoul, Livro Diga-me Onde dói e eu te direi por quê




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