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AS ORDENS DO AMOR

  • Foto do escritor: Germana Carsten
    Germana Carsten
  • 9 de mar. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de mar. de 2022


Como tudo no universo, existem leis, disciplina, ordem e princípios que regem o movimento deste todo em seus aspectos específicos. Não poderia ser diferente nas relações dos seres humanos em seus segmentos essenciais da vida.

Os princípios básicos da vida regem as relações entre as pessoas. Para o sucesso delas é importante compreender como se ordenam.


Sim ordenam. Existe uma ordem.


Pode-se estranhar que ao se referir a relacionamentos entre os seres humanos logo pensamos no sentimento que costuma envolve a todos quando se aproximam – o amor.


Pode parecer que este sentimento tão procurado e tão difícil de ser mantido por ser algo muito experienciado e pouco compreendido, não seja soberano e livre para ir e vir, sem se submeter a nada e a ninguém. Todavia é assim que se dá, o AMOR é submetido também, como tudo no universo a determinadas Ordens pétreas que regem seus movimentos desde a fecundação do ser dentro de um sistema até a sua queda do ninho como adulto, para viver outras relações na formação de outros sistemas além do seu de origem.

As Ordens do Amor diferem segundo os papeis que os seres exercem uns em relação aos demais. Pais e filhos, Marido e Mulher, Professor aluno, entre irmãos e amigos, nas organizações, escolas etc...


Porém, as ordens originais, se podemos definir assim para fins didáticos, são imutáveis, sendo sim, seus desdobramentos sujeitos ao papel que cada um significa para o outro.

A primeira dela PERTENCIMENTO é um marco, quase um totem sagrado delimitador de qualquer arbitrariedade de quem quer que seja, ousar determinar que alguém que foi fecundado pelo sêmen do homem da mulher, se exclua, seja excluído, abandonado, assassinado ou mesmo esquecido, sem o devido respeito, reconhecimento ou honra, dentro de um mesmo Sistema Familiar. Desta feita, fácil concluir, que a morte de fato não mata ninguém. Apenas desloca os fecundados, crescidos, envelhecidos e pertencentes à mesma família para outra dimensão que mantém seus padrões informacionais da personalidade, emocionais, mentais, energéticos e tudo que os compreendem bem vivos, interligados e conectados a todos que que chegaram antes e a todos que chegarão depois.


Sim, o tempo da fecundação e do nascimento que chega para ficar, num sistema familiar, desperta o segundo totem sagrado das Ordens do amor. Inexorável em sua HIERARQUIA, seja quando se trata da precedência ou prioridade entre os integrantes desta mesma linhagem sistêmica e com os que com eles se ligarem em relações. Com a força de um decreto sem réplica; quem veio antes sempre será MAIOR de quem veio depois. Pais são maiores que os filhos, Avós maiores que os pais, bisavós maiores que os avós etc. A imagem que se tem é de uma escada que começa em si mesmo, como primeiro degrau, subindo de suas costas, como retaguarda segura, para as alturas sem mesmo saber, muito bem, qual o casal afortunado que simboliza a fonte desta grande rio. De fato se reconhecem por intuição, já que todos que pertencem, percebem se entre si, em algum nível da consciência do clã, que tudo registra e monitora. Faz bem à saúde e a vida próspera que ninguém por amor cego do “Eu por você” ou mesmo “Eu também” deve amar além da conta, desloque-se de seu lugar argamassado por esta segunda lei disciplinadora e certeira, que não medirá esforços, a qualquer custo e até ao preço de uma vida, retornar o inocente ou culpado que pretendeu salvar a quem ama, ao seu lugar na hierarquia única e inalienável de direito no tempo em que recebeu a vida de seus pais.


A bela imagem da cachoeira cuja nascente deságua de uma pedreira forte e reluzente, onde sua queda jorra sempre de quem é maior e veio antes para os que vieram depois, numa paisagem perfeita do dar e tomar, sempre, de cima para baixo, representando assim o cenário perfeito para a Terceira Ordem do EQUILIBRIO entre o dar e tomar. Pais dão e filhos tomam. Entre os irmãos, a paisagem muda para a curva de um rio que corre numa planície que permite a troca entre os iguais. Nesta mesma planície nadam também os peixes que através dos encontros de rios que se tocam, vez e outra, transferindo por amor seus pertencentes que passam a nadar no rio de cá, como agregados que se unem em casamento, a troca também é de equivalência no dar e tomar, capaz de revolver pedreiras que geram outras tantas fontes com quedas d’gua que nunca cessam de derramar sobre os que virão depois, suas bençãos cristalinas do dar e tomar dos maiores para os pequenos. Vale citar que aqui também existe o olhar atento que não permite a transgressão do limites desta terceira ordem do amor; “Naquilo que é bom, damos um pouquinho melhor. O que é ruim, um pouquinho menos. Olho, por olhão, naquilo que é bom. Olho por olhinho, naquilo que é ruim.”


Referências Bibliográficas:

1) Hellinger Bert, Meu Trabalho, Minha Vida, São Paulo, Cultrix, 2020, 1ª Edição, página 144 a 160

2) Hellinger Sophie , A Própria Felicidade, Volume 1, Brasília, Trampolim, 2019, 1ª Edição, Páginas, páginas 26 a 31

3) Hellinger, Bert, O Amor do Espírito, Belo Horizonte, Atman, 2015, 3ª Edição, paginas 34 a a 41


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